terça-feira, 30 de setembro de 2008

" Como a vida é fugaz..."

Quando olho para ti
vejo como a vida é fugaz,
ainda não partiste 
já sinto a saudade 
das tuas mãos de veludo 
que me enchem de ternura e doçura...

Já sinto saudade 
da tua voz doce como o mel
que mais parece uma voz divina
que me faz sentir no céu e na terra,
a teu lado sou um príncipe no castelo
que pisa o chão por onde passas 
que ouve as tuas palavras, que são a razão
que ao mesmo tempo iluminam a ilusão...

Com mil histórias me adormeces
com mil estrelas fazes histórias 
que pela noite dentro ao luar me contas em contos
que são a tua fantasia, a tua alegria
um esforço que não é em vão,
pois adormeço ao som da tua voz
que são violinos a tocar
numa orquestra divina de embalar...

A vida é uma viagem
foste tu que me ensinaste 
a percorrer os sonhos e a magia
na quimera da noite e do dia.

Um corpo deforma-se com o tempo 
é tão frágil como uma flor 
que no silêncio da noite sofre com agonia
de ver o tempo a voar, 
o céu até parece chorar
com tantas estrelas a crepitar
sofrendo a mesma dor,
numa tristeza que é uma certeza,
como a vida é fugaz...

Quando olho para a lua 
sinto que o mundo pára 
apenas corre o vento
numa brisa singela 
paralela ao horizonte do mar 
que deixa a alma pasma de serenidade, 
que sofre com a certeza
de que a lua vai e volta
de que o mundo gira à minha volta
como a vida é fugaz...

Quero voltar para trás 
mas sou um escravo do tempo
numa prisão temporal
que desespera ao ver o fim,
dos que amamos,
numa agonia de poder esquecer
as memórias dos momentos do passado
que são nuvens a desvanecer
que passeiam no pensamento 
e lutam contra o esquecimento,
num baú que está cheio de momentos
que são as nossas recordações 
que voam com o tempo,
como a vida é fugaz....


A tristeza do esquecimento
é um medo cobarde
que não age, esconde-se,
tudo nos leva a crer
que tudo o que se passou no tempo
o vento levou 
através de uma brisa
na memória de um Ser 
que é débil com a idade
talvez tão injusta com a saudade,
como a vida é fugaz,
pois beijos já não te posso dar...

" Em homenagem de Laura Piçarra (Avó paterna), poema escrito no dia de seu falecimento.” 

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